O Observatório Permanente Jovens Editores, na Itália, propõe anualmente o projeto “Il quotidiano in classe”, uma proposta para aproximar os jovens à leitura e à compreensão do jornal iniciada em 2000. O programa é direcionado a todas as classes das escolas italianas e os professores que desejam participar têm a possibilidade de receber por todo o ano escolar gratuitamente vários títulos de jornais que são parceiros do projeto. Os estudantes podem retirar o jornal diretamente nas bancas próximas à sua casa ou escola.
A ideia surgiu com a queda da leitura dos jornais na Itália e, após o projeto, houve um aumento de 30% entre os jovens das regiões atendidas. Vários jornais de grande circulação aderiram ao projeto como sócios patrocinadores: “Il Corriere della Sera”, “Il Sole 24 Ore”, “Il Resto del Carlino”, “La Nazione”, “Il Giorno”. E jornais de menor circulação participam como parceiros: “L’Adige”, “L’Arena”, “Bresciaoggi”, “Gazzetta del Sud”, “Gazzetta di Parma”, “Il Gazzettino”, “Il Giornale di Vicenza”, “La Stampa”, “Il Tempo”, “L’Unione Sarda”. Os professores podem organizar o uso do jornal em sala de aula propondo atividades adequadas pedagogicamente a partir das jornadas de formação oferecidas pelo Observatório, em que são oferecidos modelos didáticos para guiar a experiência, além de um suporte didático on line permanente. Os cursos são dados por profissionais experientes, professores universitários e especialistas em formação e comunicação, um percurso didático que se renova anualmente.
Para participar do projeto os professores devem garantir que usarão o jornal em sala de aula e apresentar, no final do ano letivo, um resumo das atividades realizadas. Além dos cursos formativos, são realizados ciclos de encontros chamados “I Grandi Inviati”, que reúne os estudantes e os jornalistas, e o congresso “Crescere tra le righe: giovani, editori e istituzioni a confronto”. Desde 2007 o Observatório deu início a projeto “Il Giornale in Ateneo”, com o objetivo de dar prosseguimento ao percurso de formação na universidade e 25 universidades aderiram à proposta. As empresas jornalísticas oferecem os jornais e em troca os professores se comprometem em formar uma rede de docentes e universidades interessados em ampliar a educação à informação.
Em colaboração com a Fondazione Achille e Giulia Boroli, o Observatório instituiu o concurso “Prova d’autore: leggere per scrivere”. O objetivo dessa iniciativa é fazer com que os estudantes se comprometam a ler e analisar textos de comunicação. No ano letivo 2007/2008, por exemplo, foram escolhidos os seguintes títulos: “Parole e Immagini. La comunicazione e i media”, de Aldo Grassi e Massimo Scaglioni; “Potere e libertà. L’antica arte della politica”, de Alessandro Corneli; “Essere persona. Natura e struttura”, de Virgilio Melchiorre.
No ano letivo 2006/2007 o Observatório e a empresa de energia ENI realizaram o concurso “Giovani, energia del futuro”, com o objetivo de preparar as novas gerações para uma relação mais próxima e consciente com os temas ligados à energia. Os estudantes inscritos ao projeto “Il Quotidiano in classe” foram convidados para elaborar um plano energético para a Itália a partir das notícias publicadas nos jornais que foram recebidos na escola. Em 2007/2008 o tema foi a legalidade e a máfia, em colaboração com a Fondazione BCN nas regiões da Calábria e Pulha, estimulando a atenção e a reflexão dos estudantes sobre a importância de promover uma verdadeira cultura da legalidade, inspirada no respeito às regras e a convivência e o compromisso civil e social. O tema do concurso foi “La criminalità organizzata: un ostacolo allo sviluppo del Mezzogiorno. Legalità, lavoro e solidarietà: le armi per contrastarla”. O concurso foi baseado em uma série de entrevistas sobre o tema, que envolveram pessoas próximas aos estudantes e personalidades envolvidas na luta contra a criminalidade na região.
Um outro concurso, com apoio da Fondazione O’Scia’ e apoio da Fondazione Banco di Sicilia, foi o “Clan-destino giovani: insieme per costruire l’integrazione”, um projeto de integração intercultural favorecendo, através da cultura da informação, a formação de opiniões livres de preconceitos e julgamentos. Como resultado final, os estudantes produziram um calendário com 12 fotos, imagens, desenhos, poesias ou aforismos.
Em conjunto com a Fondazione Banco di Sicilia foi realizado o concurso “La cultura dello sport: imparare, pensare, vivere sportivamente” para difundir entre os jovens a cultura do esporte e amadurecer a consciência esportiva e ética fundada no respeito recíproco e nas regras, sobre a convivência civil, a educação à vida e à aceitação da derrota. Os estudantes são convidados a trabalhar em grupo para realizar um manual que deve conter normas de comportamento, conselhos, instruções úteis para “aprender, viver e pensar esportivamente”. O Observatório tem também várias publicações: “Il Quotidiano in classe. Dai giovani di oggi ai cittadini liberi di domani”; “Il Quotidiano in classe. Una didattica del giornale: percorsi di lavoro a scuola”; “Il Quotidiano in classe: Il valore dell’esperienza. Percorsi didattici per l’educazione alla lettura e al pensiero libero”; “Il Quotidiano in classe. Come leggere il giornale a scuola per far crescere i giovani e la democrazia”.