Criatividade e informação

O mal estar, que é inerente ao ato de criar, é que nos estimula à criatividade, a ter esperança de fazer algo melhor ou diferente. Essa necessidade de códigos matemáticos e algoritmos lógico-formais que temos atualmente, que vemos na Internet, nas redes sociais, na inteligência artificial (IA), é uma sombra na nossa capacidade de pensar criativamente e livremente. Sentimos medo e angústia diante do desconhecido. Como nas histórias mitológicas. Os mitos, como dizia George Steiner, são cheios de motivos que sugerem uma longa incapacidade do indivíduo de entender a si mesmo, encarar a fragilidade dos limites entre o “eu” e o “outro”.

A existência da IA é antes de tudo a tentativa do ser humano de entender como funciona a mente humana. Nossa busca pela árvore do conhecimento, o fruto proibido do entendimento da linguagem, um subconsciente a ser desvendado no grande mistério da vida humana. Mas nisso de ficar procurando respostas nos abismos desconhecidos pode ajudar a trazer alguns monstros para a superfície. E é sobre isso que se trata quando refletimos sobre a sociedade da informação e essa enorme capacidade criativa humana que se aliou à matemática.