A crise do futuro verbal acontece porque nos sentimos sempre pequenos diante de tudo que está iniciando. Os algoritmos podem propor um universo com um tempo reversível, que não tem início, negando verdades que conhecemos e acreditávamos. Mas é um medo infundado porque a mente humana vai sempre se perguntar como tudo começou e como vai acabar. Somos cheios de sede de saber e conhecer. O espírito criador que vemos hoje nas redes sociais reflete essa necessidade saber somada à necessidade também muito humana de criar. Não estar nas redes sociais é quase como “não ser” ou “não existir”. E todos querem ser sentir vivos, existindo.
São aspectos fundamentais da educação a verdade intelectual e a responsabilidade com os outros. Através da educação conseguimos dar corpo ao que pensamos. Temos também a ideia do progresso, saber quanto mede nossa sombra e agora também quantos likes vamos receber. O que Harold Bloom chamou de ansiedade de influência, essa voz interior que nos chama para o sucesso. Mas Dante Alighieri já dizia que a fama é transitória, como a vida, o sucesso é efêmero, como a existência. Por isso estamos diante de um desafio que combinar estética com ética, o pensar primeiro antes de agir.
O que parece novo é sempre um híbrido do velho refeito. O significado estético das nossas ações muda a cada cultura. E o ético? No mosaico de significados, associações, paradigmas e imagens da sociedade da informação, quem somos? Toda palavra tem um significado potencial, tem também um contexto não linguístico, que muitas vezes se perde no virtual.